CriativaMente
As misturas de referências sempre foram, para mim, uma alquimia criativa. É no entrelaçar de fragmentos, imagens e memórias que encontro o fio condutor para desenvolver produtos, identidade visual e, sobretudo, a minha própria expressão. O que me impulsiona a criar não é um método rígido, mas o fluxo do cotidiano, pequenos gestos, cenas efêmeras que, somados às vozes de artistas que me inspiram, formam um mosaico vivo de possibilidades.
Entre essas vozes, habita a obra de Eric W. Brenner, artista contemporâneo radicado em Miami, cuja linguagem se move entre colagem e pintura digital. Seu trabalho é um convite ao insólito: cores que transbordam, imagens que oscilam entre sonho e vertigem, ecos que dialogam de Hannah Höch a Francis Bacon. Brenner se define como alguém que arrasta o surrealismo para o século XXI, e eu o percebo como um tradutor do inesperado, alguém que confere forma visual ao mistério do inconsciente.
As orquídeas, porém, remetem-me a outro território: o da memória afetiva. São a herança silenciosa de meu avô, que por décadas cultivou um orquidário premiado, transformando a fragilidade dessas flores em monumento de beleza e originalidade. Hoje, ao fotografá-las no quintal da Feira da Rô, senti que essas imagens prolongavam-se como extensão natural de um moodboard que venho arquitetando, como se o passado e o presente se tocassem em um gesto de continuidade.
Creio que a criatividade não nasce de fórmulas pré-estabelecidas, tampouco de mapas previsíveis. Ela é chama que brota da paixão, da inquietação e da disposição de ver nas minúcias do cotidiano aquilo que a maioria deixaria escapar. Criar, para mim, é cultivar uma mente sempre curiosa, permeável ao inesperado e corajosa para se abrir ao novo.
Recordo, então, a sentença de Leonardo da Vinci que sempre me acompanha:
"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende."
❤️











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